4 de jun. de 2013

A crise do oitavo mês

Eu não sabia que existia mais essa crise , lembro da primeira crise que o Lucas teve que foi  quando fez seis meses  que foi horrível e deixou todo mundo daqui de casa  desesperado , tem quatro dias que o  Lucas acorda assustado , com um choro muito sentido , acorda várias vezes a noite , choraminga a noite toda , eu já não sabia mais o  que eu fazia quando li um artigo falando  que a crise do oitavo mês é a mais importante para o bebe pois segundo os pediatras essa crise é associada a angustia ou separação . 

Essa crise acontece sempre no oitavo mês?
Não exatamente. Essa é a crise do terceiro trimestre. “Embora seja incomum, algumas crianças começam a dar sinais da crise com 6 ou 7 meses. Outras mostram sintomas de angústia com 9 meses. Mas na maioria dos casos isso acontece mesmo no oitavo mês”, explica o pediatra Leonardo Posternak, de São Paulo.

Por que os pediatras dizem que essa é a crise mais significativa de todas?
“Porque essa é a que dura mais tempo e o transtorno do sono é muito acentuado: a criança pode chegar a acordar 15 vezes durante a noite, desperta muito assustada, com um choro intenso. Alguns pais ficam tão assustados que pensam que a criança caiu do berço porque é um choro diferente, desesperado”, esclarece o pediatra Leonardo Posternak, de São Paulo.

Quanto tempo dura a crise da angústia?
Demora um pouco mais que as outras: três ou quatro semanas.

Os pais devem levar a criança para dormir na cama deles?
O ideal é que o bebê durma no seu berço ou carrinho desde os primeiros dias de vida. “Dormir na mesma cama se dá mais por ansiedade dos pais do que por necessidade dos bebês. E os pais não dormem tranquilamente, pois ficam com medo de sufocar o bebê. Sem contar que isso pode ocasionar um afastamento na vida conjugal”, explica Ana Paula Cargnelutti Venturini, mestre em psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Além disso, segundo Ana Paula, a prática pode levar a criança a ficar muito dependente dos pais, buscando uma atenção cada vez maior.

Nessa fase, quando a criança chora de madrugada, é a mãe quem deve atender?
De preferência, sim. O pediatra Leonardo Posternak explica a razão: “Na fantasia do bebê, ele acha que, quando a mãe apaga a luz e fecha a porta, não volta nunca mais. Então, se ele chora durante a noite e é atendido pelo pai ou pela babá, acredita que a mãe não voltará mesmo”. A criança precisa passar por isso para ir entendendo que a presença da mãe pode ser seguida de ausências. “Nessa fase, é oportuno que não ocorram trocas dos cuidadores. Além de acordar assustado, o bebê pode reagir à presença de estranhos, chorando ou estranhando o colo”, reforça Ana Paula Cargnelutti Venturini, mestre em psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. “A mãe deve tentar acalmá-lo no próprio berço para não alterar substancialmente sua rotina”, ela sugere.

Quais os sintomas da crise da angústia?
Basicamente os mesmos das outras crises: alteração do sono, perda de apetite e agitação. “O sono é o que mais perturba. Além disso, a criança come muito mal, pior do que nas outras fases. E às vezes faz até pequenas greves de fome”, comenta o pediatra Leonardo Posternak, de São Paulo.

Qual a importância do objeto de transição nessa fase?
Nesse período de angústia, a criança começa a se apegar a algum objeto: pode ser um paninho, uma chupeta específica, um brinquedo. “Esse objeto representa a mãe, e é bom que ela brinque com o ursinho, por exemplo, que dê beijo, que deixe nele o seu cheiro. Isso vai ajudá-la a entender que à noite as coisas não desaparecem. A mãe pode sumir, mas o objeto continua ali e vai estar com ele quando acordar. Isso ajuda a criança a entender que esse afastamento não é uma perda”, ensina o pediatra Leonardo Posternak, de São Paulo.

Como ajudar a criança a escolher o objeto de transição?
Os pais não precisam se preocupar em estimular a escolha, que é feita naturalmente pelo bebê. “É importante que o objeto resista às agressões da criança e que ela mesma o reconstrua. A mãe não deve lavá-lo nem tentar consertá-lo”, explica Ana Paula Cargnelutti Venturini, mestre em psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

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